quarta-feira, 27 de agosto de 2014

PROFESSORES LUSOS: Candidatura à mobilidade interna...

PROFESSORES LUSOS: Candidatura à mobilidade interna...: ... finalmente submetida. Agora é esperar que corra tudo bem com a validação por parte da escola e esperar pelas listas de colocação....

PROFESSORES LUSOS: A polémica em torno de quem pode concorrer por mob...

PROFESSORES LUSOS: A polémica em torno de quem pode concorrer por mob...: Aparentemente têm surgido dúvidas sobre quem pode concorrer ao próximo concurso de mobilidade interna e que resultam da seguinte informação...



Falta-vos acrescentar que os professores que ficaram colocados em 2013/2014 em mobilidade interna, na 1ª fase de recrutamento, com horário inicialmente temporário, foram agora obrigados a concorrer a mobilidade interna, mesmo que na escola onde foram colocados ainda exerçam funções em agosto de 2014 e nessa escola subsista a carga letiva mínima de 6 horas! Mesmo que o horário tenha acabado por ser anual, só pelo facto  de a colocação ter sido inicialmente temporária o professor já não poderá assegurar a continuidade pedagógica. A DGAE baseia-se no n.º 4 do artigo 28º do Decreto-Lei nº 152/2012 para dizer às Direções dos Agrupamentos de Escolas e das Escolas Não Agrupadas que NÃO devem reconduzir estes docentes. No entanto, esse texto desse artigo mantém-se na redação conferida pelo Decreto-Lei n.º 83-A/2014 e pelo que percebi a interpretação para 2014/2015 será diferente - o professor nesta situação manter-se-á na escola onde for colocado. Como pode isto ser possível se o objetivo do Decreto-Lei é assegurar a continuidade pedagógica do maior número de professores possível e se eu, como já perceberam, que estou nessa situação, reúno todas as condições necessárias para assegurar essa continuidade.



Depois ainda fica a suspeita de que há colegas nas mesmas condições a ser reconduzidos! Basta falar com os sindicatos. Mas no país inteiro, no meu Grupo de Recrutamento (330), são apenas 35 os professores que se encontram nesta situação. Já escrevi à Inspeção Geral da Educação e Ciência a pedir que verifiquem esta situação.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

NEVERMORE

NEVERMORE é um terrível pássaro que ninguém quer ter no parapeito e nunca o chamamos, quem ousa? Este visitar-nos-á um dia. Ao lado do nosso caminho, mora o Nevermore mas, entretanto, experimentamos mortes intermédias que nos deixam como que à beira do fim. Sentimos a morte porque a sustentamos desde que nascemos. Ninguém se atreve face ao amor a pronunciar um gélido NEVERMORE.

Mortos-vivos e nados-mortos

Se conseguisse, perdoava-te. Perdoava-te sempre se pudesse mas já nem a esperança de um pedinte sobrevive à clara realidade que mora no meu peito. Ainda subsiste algum clarão de lucidez que resiste às feridas mas habita o meu peito a mágoa de um enjeitado, sentimento horrível que desfazia se pudesse. Estou doente e sei que doente não amo. Como posso resignar-me ao fim do amor que nem nasceu? Não posso mas ele morre e eu estou como morta. Acrescento-lhe a alucinação de um alimento que ele já não pode aceitar. Morta-viva. Fui eu, fui eu, fui eu a responsável de tomar nos braços uma ilusão, de incubar um nado-morto. Fui eu a responsável pelo que alojei e bem sei o quanto me consolou. Perdoava-me se pudesse.
Perdoa-te se puderes.

sábado, 24 de outubro de 2009

Um Lobo

Ele há coincidências! Estava eu a conquistar a paz de ler umas páginas de um livro escolhido ao acaso de entre os tesouros insuspeitos de uma prateleira de uma livraria-standard, Que chatice esta de tentar findar uma frase e ver que menti por causa da maldita mania pomposa de ter algo para contar. Eu sou ainda menos de fiar na minha impaciência de ver algo dito do que Ele que tinha pressa em ver algo feito.

Mudando de parágrafo... o livro, ainda sem nome cá dentro, O MEU NOME É LEGIÃO, acenava contudo os seus direitos de autor. Um Lobo, um verdadeiro Lobo da literatura, dizem, e eu digo amén nestas coisas muitas vezes, ditou o acaso de o comprar.

Mas a coincidência de desfolhar um livro e ver os olhos azuis (que diabo, azuis!) do seu autor no ecrã televisivo, empurraram-me para o erro grosseiro de entrelaçar intimamente o texto daquelas páginas ainda mal desbravadas com o seu autor material.

É este homem de carne e osso que a Judite sabe a duras penas não poder conhecer. Coitada da Judite! O que ela se revirava na pele de jornalista consagrada. Condoí-me dela - verdadeiramente. As portas abriam-se-lhe diante do Lobo mas ela não sabia como entrar. Condoí-me mesmo - todos sabemos o que é sentirmo-nos uns inúteis e estúpidos em pleno desempenho. Todos nós, claro, mas a carreira a pesar no lombo pode fazer-nos parecer um iô-iô quando cái ao chão por um instante que seja.

A minha sorte de boi pachorrento, que o que queria era pastar nas palavras cinzeladas do Lobo, foi o realizador ter percebido como tirar a Judite de processo tão desastroso, ao oferecer-nos os olhos e as mãos do entrevistado. O lobo abria-se, condoía-se da fronha aflita da Judite e abria-se em sorriso. Abria a porta de si mas não havia maneira da Judite vislumbrar passagem para o outro lado. Viver é mesmo assim - há portas que nunca veremos abrirem-se para nós mas o que dizer quando a nossa tarefa é fazer abrirem-se portas para um vasto público que vê mais do que nós - talvez assim suceda por estar confortavelmente sentado a pastorear. É o que digo a mim mesma quando estou em directo com os pacholas dos meus alunos e tenho de trabalhar para extrair-lhes algum minério. Sob stress laboral, uma pessoa cega e não sabe o que faz.

Mas, ainda assim, pergunto-me quem teve a infeliz ideia de colocar frente a frente aqueles dois quando se sabia que dali não podia sair namoro pegado como sucedera em entrevista ao nosso Primeiro. Neste caso foi confrangedor perceber que ou bem que o Lobo se saía com um louvor ao S.L.B., ou arriscavamo-nos, pobres bois pasmados, a ver a Júdite a enfiar-se pelas páginas do livro que tinha diante de si adentro.

Pior do que isto, só me lembro da asneira de terem colocado aquela senhora da Dois, do Outro Lado com o professor Marcelo. Ouvir da boca de José Saramago a blasfémia de querer ver consignado na Carta dos Direitos do Homem o direito à blasfémia também causou dor a estes olhos bovinos.

Àqueles que querem realmente pastorear, não aconselho o tempo televisivo - o real já é bem duro. Desfolhem antes um livro, é que não havia necessidade... mau casamento em televisão só dá certo com o grau de comicidade inerente à função de um verdadeiro bobo como é o caso do Ricardo Araújo e sua trupe.

Como sair deste buraco em que me meti ou: aceito convites para ir ver os Muse

Atraio matéria mas sou anti-matéria. Existo desde os fundos do existir com o sentido de não fazer sentido. Ocupo o espaço do que se desagrega em meu redor. Em volta de mim não existo, existe matéria para lá de mim mas nunca lhe conheço a forma e de mim partem feixes de luz que não sei o que alcançam. Não sei conhecer, as geometrias que se desenham não me pertencem mas passo a vida a aspirar.

Branco é, galinha o põe: quem sou eu?

domingo, 27 de setembro de 2009

Dos nossos momentos

Acabo de ver um pequeno filme sobre os momentos - um enternecedor registo de momentos que quem vê não pode deixar de sentir como idênticos aos que por si foram já vivenciados ou contemplados. É disso que se vive, de muitos momentos contíguos. É isso, o banal, o comum a todos, o não reflectido, que temos arredado das nossas vidas em conjunto. Quantos momentos nos passam pela janela da memória sem a nossa marca na vida do outro... Se vivemos ao contrário de toda a gente, separados que estamos, não é isso a demonstração de que somos diferentes. Não somos. Projectamos. Imaginamos. Invejamos. Esperamos. Observo os momentos dos outros e revejo o que já vivi. Então não vivo. Passam velozes esses momentos porque são muitos. Quando penso nos nossos momentos, eles surgem-me marcados pela singularidade e lentos, pois são poucos e descontínuos. Não são singulares, são singularizáveis. Apenas isso. Somos efectivamente crianças quando entrelaçamos os dedos e nos beijamos, quando falamos e olhamos o rosto do outro. Mas crianças com uma certa velhice paralela ao nosso ainda inocente amor iniciático. Tudo é singular mas tenho fome da reminiscente banalidade de viver o momento. É assim que se vive. De outra forma tudo não passa de um simulacro do que podíamos efectivamente viver. Quando será o momento de viver o momento? Quando chegará a hora de medirmos o amor ao segundo e enchermos o baú de recordações de momentos passados juntos à luz da idade que efectivamente temos...