Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
Carlos Drummond de Andrade
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
David Lynch ou outro consolo
Sou uma triste
Mas tenho os meus consolos
E não invejo o de ninguém.
Se a música não toca dentro de mim
ouço o silêncio
e logo o ouço em David Lynch
Silênciiiiiiiiiiiiiiiiiiiio...
E já não estou tão só assim.
Não há luzes da ribalta
que ponham fim
nisto que se não dentro
anda sempre perto de mim.
E é escuro, pura noite...
A vida não existe
O que são beijos...
Acenos que ninguém vê
numa estação de gasolina
sem carro à vista.
Mas tenho os meus consolos
E não invejo o de ninguém.
Se a música não toca dentro de mim
ouço o silêncio
e logo o ouço em David Lynch
Silênciiiiiiiiiiiiiiiiiiiio...
E já não estou tão só assim.
Não há luzes da ribalta
que ponham fim
nisto que se não dentro
anda sempre perto de mim.
E é escuro, pura noite...
A vida não existe
O que são beijos...
Acenos que ninguém vê
numa estação de gasolina
sem carro à vista.
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