Ontem a dor sem nome da minha infância encontrou-me e alguém me emprestou a palavra tristeza quando o choro saiu. Estava orfão o choro e a dor era tão velha e analfabeta que, tal como uma criança que aprende uma nova letra, ontem aprendi a juntar a palavra tristeza à velha dor que sentia. Assim que encontrei a tristeza, deitei fora a dor sem nome e sorri à criança.
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4 comentários:
Realmente tenho de admitir que não tenho jeito nenhum para desenrolar comentários bloguistas, coisas curtas e que possam, de algum modo, estar à altura dos posts a que se dirigem. Este é um desses casos. O teu texto é uma pérola à qual receio estar a contrapor um comentário de desajeitado. Mas também neste caso é importante comungar da partilha estando presente.
Um abraço
Sei que me compreendes bem e é quanto basta.
Nomear a dor sentida não acaba com ela, mas ajuda à integração da coisa interna! Afinal, a linguagem que nomeia é um recurso indispensável à nossa sobrevivência! Mesmo que por vezes falseie o sentir ou nos vejamos obrigados, com o tempo, a reconhecer que há dores inomináveis! Mas, nesse caso, resta-nos o silêncio...
Gostei de a ler. Cumprimentos. Até breve. Azul.
Obrigada Azul, ilustre desconhecida.
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