Os meus dias estão partidos, um a um, pela ausência dos teus lábios. Estarão sempre, tu o repetirás com uma certeza que eu não possuo, mas, também pela ausência dos meus dias nos teus, te negligencio - divide ao menos essa amargura. Eu nem sei com que caso o meu tempo, abandono-me, lá virão dias em que o teu abandono será flagrante mas não por estes dias em que me ausento cumulativamente de mim, adiando promessas ao eu que clama por ti. Tens o dom das surpresas, sinto-me estupida mas deliciosamente menina com as tuas aparições. Esmagada pelas obrigações, sabes bem que te é estendido o crédito das minhas pueris ânsias. Talvez não o saibas mas assim é. Aproveita-o e aproveita-me enquanto o sabor doce cobre a chatice de dias descarnados. Receando que desvaneças, chamo-te frequentemente ao pensamento em situações de lufa-lufa em que imagino como se portaria uma rocha. Aconchego-me, conforto-me nessa rocha imaginária que tu és para mim. Defendo-me dos ventos e do frio que me assola, por vezes bem no centro do palco que piso. Já quando me deito, tenho medo de pensar! Ficas na gaveta das meias e sei que o único sangue quente que tenho é o do meu gato.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário